terça-feira, 16 de julho de 2013

Indiossincrasia

   Um horizonte onde a linha de divisão de céu e águas se perdia. Mãos fechadas apoiadas no joelho, uma cicatriz no dorso da direita. Ondas quebrando nas pedras, deitou. Cabeça na rocha, céu verde pelas folhas das árvores. Permitiu-se um sorriso. O caos era intangível, restava a paz. Mas era a única coisa que se faltava. Não há como salvar uma pessoa de si mesma, disse-lhe o pensamento. Quase foi capaz de escorregar na pedra. Não sabia nadar, mas a quem importaria? Estava em companhia das águas agora e nada mais lhe interessava. Adormeceu. Não sabia se sonhava ou se vivia, mas alguém chegou ali, salvou-a dos devaneios e antes que pudesse perceber bateu os pés na areia, não havia ar e um formigamento estranho atingia as solas dos seus pés. Não havia caos, nem paz. Apenas ela e uma alma corrompida.

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