Peço licença para falar da preocupação mais pessoal que já exteriorizei via internet: há alguns dias venho pensando nos meus 18 anos: na festa de aniversário, onde vai ser, como vai ser, quem vou chamar. Ontem, durante uma aula com um dos professores mais maravilhosos que já tive na vida, tive uma epifania. Poxa, pra quê vou comemorar a saída de uma fase tão maravilhosa quanto a infância? É triste. Antes eu estava tão ansiosa, tão perplexa com a ideia de que eu não iria mais apresentar outras identidades em portas de baladas que esse insight momentâneo quase me fez cair para trás. Estou caminhando rumo a melancolia. Em breve, não é que verei as coisas de outro jeito, mas serei obrigada a ver as coisas de outro jeito. Estou acostumada com aquela ideia de ser "madura demais para minha idade"; virou quase um título. Tipo o da Hermione: "das bruxas de sua idade você é a mais inteligente que eu conheço" (ah, se eu fosse como a Emma, ou se pelo menos estivesse em Hogwarts, eu estaria no último ano me preparando para as N.I.E.M.'s). Esse título que eu ganhei vai se dissolver com a idade, nessa idade que nada do que eu fale ou faça impressionará, pelo contrário, será o esperado. Eu vou ter que inventar outros jeitos de impressionar, mas o que? Entrar na faculdade com 16 anos foi o meu ápice, mas e agora, com 18? Estar na faculdade com 18 é o esperado, agora tudo que eu faça será o esperado, nada mais que a minha obrigação. Mas, Nalua, pare de ser tão trágica. É, é fácil falar para quem ainda não percebeu que deixou para trás todas as desculpas de ser criança, as justificativas pelas merdas que fez, a convivência aceitável com gente tão mais nova. Não, não faz sentido. Vou reformular: é fácil falar que sou trágica para quem ainda não percebeu que sua infância, sabe aquela legal, cara? Ela morreu.
Desculpa pelo desabafo sem nexo, este post evitou que eu batesse minha cabeça na parede até, finalmente, perceber que a fase que vem por aí vai ser bem mais produtiva que os últimos 17 anos e quase 6 meses. E que, afinal, eu não preciso impressionar ninguém, apenas curtir e quebrar barreiras pessoais. Obrigada, caras, obrigada.