segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Desisto


de existo

                                      chega disto
insisto
bobagens
                       fico
          preciso disso

É fria esta estrada e eu não quero mais me embrenhar neste vento de noite escura. Mas como se livra de um mal que eu mesma criei e procurei? 
Só você sofre com isto, garota, ninguém mais sabe da existência desta viela escura que você chama de estrada.

Mal
quisto.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Sobre amor e ecologia

   Hoje, no caminho do trabalho, parecia que tudo no dia estaria para dar certo. Esqueci de colocar o celular para despertar e mesmo assim acordei no horário, saí de casa apenas dois minutos atrasada, o que significava que eu poderia aproveitar "as belas paisagens" do caminho, fiz uma combinação bacana de roupa, encontrei o moço bonito que me cumprimenta sempre,... Na esquina da empresa pisei num buraco que foi feito especialmente para as pessoas cairem, porque aquela porcaria tinha o exato tamanho do meu pé (talvez tenha sido feito para eu cair). Aí tive que me obrigar a parar e me agachar - no meio da calçada - para limpar meu tênis novo de estampa de oncinha que ficou todo, repito, todo sujo de barro. Parecia coisa de filme: o carro parou examamente ao meu lado e um guri desceu, devia ter seus quatorze, quinze anos, deu três passos e alcançou a lixeira, jogou lá um papelzinho de bala. Quando estava voltando para o carro, desviou de mim, entrou e partiu no sinal amarelo. 
   Que coisa mais idiota. Ele fez, provavelmente, o pai dele parar o carro para ele jogar um mísero papel de bala. Num mundo onde vemos tantas pessoas acumular lixo dentro de seus automóveis ou simplesmente jogá-lo pela janela. Mas que porra, ficou igualzinho redação de ENEM esta parte. 
   Mas eu, como romântica incorrigível, com essa carinha de - quase 18 - e espírito de 140, logo associei com os meus problemas de coração. Eu vivo acumulando papel de bala no meu automóvel cardíaco, já cogitei a hipótese de simplesmente jogá-los pela janela, como a maioria das pessoas fazem. O problema é que a ecochata aqui é absurdamente incapaz de esquecer ou ser indiferente. Eu me envolvo com o meio ambiente e com seus habitantes. Eu amo. Se eu pelo menos conseguisse depositar esses papeizinhos no tempo certo, no lugar certo, eu conseguiria ser mais limpa e contribuir com o meu mundo. 
   Quando eu levantei do chão, revirei os bolsos e achei dois papeis. Um era de bala de iogurte, passei três anos chupando essa bala (sem trocadilhos, por favor) e há um ano e meio que esse papel estava no bolso, aguardando um momento de voltar. Joguei fora sem remorso. O outro papel de bala era um viajante de dois estados, mas esse eu não tive coragem de jogar. 
   Deixa eu guardar só um papelzinho, vai? Prometo que os outros eu não deixo acumular. :(

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ego

                 na lua há dias       
               os dias passavam              
e a nalua ria

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Pra dizer que é covardia

Nos títulos,
amigos,
está implícito 
tudo o que está explícito.
E mais:
há um vínculo
direto com o vinco
dos meus pensamentos sucintos.
Que sinto,
está ancorado no meu espírito
É quase um vício
E repito:
que no título 
tem tudo o que está implícito
no que deveria estar explícito
mas eu não disse
porque eu não consigo

Musique de mes sentiment

"Il y a des mots qui me gênent des centaines de mots des milliers de rengaines qui ne sont jamais les mêmes. Comment te dire? Je veux pas te mentir tu m'attires et c'est la que ce trouve le vrai fond du problème. Ton orgueil, tes caprices, tes baisers, des délices, tes désirs, des supplices, je vois vraiment pas où ça nous mène. Alors, on se raisonne,c'est pas la fin de notre monde et à tort, on se questionne encore une dernière fois. Je ne sais pas comment te dire,j'aurais peur de tout foutre en l'air, de tout détruire. Un tas d'idées à mettre au clair, depuis longtemps mais j'ai toujours laissé derrière mes sentiment.Parfois je me dis que j'ai tors de rester si passive, mais toi tu me regardes, moi je te dévore.Mais c'est parfois trop dur de discerner l'amour, mon ami, mon amant, mon amour, et bien plus encore."

Joyce Jonathan - Je ne sais pas

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ensaio sobre a literatura primaveril (primavera literária)

   A primavera é, com todo o meu coração, a estação que mais gosto e mais odeio. É exatamente o mesmo sentimento que tenho pelo meu professor de literatura. 
  A primavera é, assim como ele, de boa aparência (ai, que vontade de rir) e também vem cheia de promessas no mês de setembro: promessas de momentos bons, de lições interessantes, promessa de nos ensinar a viver de um jeito um tiquinho mais romântico e mais lírico. Então, quando chega lá por mês de outubro, vem as crises alérgicas pelo pólen das flores, as cores já começam a enjoar, o ar fica seco e o clima não se decide se esquenta ou fica frio. Eu passo a contar os dias para o verão (quantos dias faltam, mesmo?). Mas parece que as pessoas não pensam assim, elas se apaixonam na primavera. Isso nem é estatística de filme de comédia romântica dos anos noventa, as pessoas realmente se apaixonam em setembro e outubro. E eu, uma apaixonada de muitos verões atrás, fico só observando (com frieza, adimito) essa enxurrada de mudanças no status de relacionamento no Facebook. 
   Entretanto, eu me apaixonei no verão por uma pessoa que veio na primavera. Por isso a primavera é, com todo o meu coração, a estação que mais gosto e mais odeio. 

Ps: não me apaixonei pelo meu professor de literatura, mas precisava desabafar sobre ele também.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Adolescência

           Juventude
                       é ter
          a
etern(a)idade
           para amar.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Saudade

   O cenário era a praça Osório, o clima, frio. Dezessete horas e trinta minutos da tarde do dia dezoito de setembro. Tava ventando pra cacete ontem no final da tarde. E curitibano é só por um suéter por baixo de um casaco mais comprido que já se sente o astro europeu, se sente meio melancólico, meio cult. Falta só sentar em algum café da rua XV e pedir um expresso. Eu já havia chegado na Boca Maldita, já e pensando mal de todos os curitibanos pseudo cults que passavam por ali. Até os moradores de rua tinham aquele ar de arrogância e, naquele momento, isso não me agradava em nada. Mas enfim, eu já havia chegado na Boca Maldita quando aquele aperto no peito me fez chegar a ponto de parar, sentar num banco, chorar e ter vontade de vomitar. Fiquei ali sentadinha, enroscada, branca feito papel, esperando que o mundo virasse em quatro paredes que avançariam de todos os lados para me esmagar. Nem me importei com a reação dos outros transeuntes que com certeza pensavam que eu era mais uma adolescente problemática digna de dó. Tirei, então, o caderno da mochila e escrevi. Escrevi palavras sem nexo, palavras que tinham todo o sentido do mundo, escrevi segredos, escrevi o rumo do mundo, fiz adivinhações e preleções, fiz rimas, fiz palavras vazias que estavam cheias de significado; escrevi um nome, dois, até três. Escrevi furiosamente até um risco meu atravessar duas ou três folhas, as páginas ensopadas de lágrimas. Não é querer ser piegas, mas elas realmente encharcaram. Chorei alto, chorei de soluçar. Aquilo acabou com a mesma rapidez com que veio: de repente, com a noite já fechada, fechei meu caderno e levantei. Sentei num bar há três quadras dali com uma sensação angustiante de vergonha. Todos me olhavam. Não sei se tinham visto a cena patética de desespero no meio da rua, ou se simplesmente se assustaram com a minha cara inchada. Fiquei pensando enquanto durava o café expresso no que diabos tinha sido aquilo? Estranha, diferente, efusiva, sempre fui. Mas louca, só no sentido figurado, mesmo. 

   O café já havia esfriado quando eu percebi que o que eu sentia era saudade.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Fingi na hora rir

Pararia de escrever se me ouvir você fosse
Hoje, só o que eu tenho é um "fosse" de fossa
Uma foice mal dada, um som, uma bossa.
Eu entoo para sua sombra na parede na sala
Para sua foto no porta retrato do quarto
No prato da cozinha, nos muros pixados da periferia
Eu faço uma rima ruinzinha e levanto a cabeça com o ar
"não me peça para ir, não vou te deixar" é o que eu te digo
Mas quem vai é você.
Sonhei com a tua voz e com teu jeito de música
tuas dedilhadas de violão, teu meio tom
teu sorriso torto e tua mal disfarçada cara de bobo
Tuas interpretações mal feitas me atormentam a noite toda
E enquanto dura a noite a coragem me toma
No outro dia te falarei das sombras que me assombram
e quando amanhece desde cedo já encaro tuas fotos que nada somam.
E a coragem some com o breu da madrugada
E mascarada a rotina me segue e eu juro que sou tua amiga
Me perdendo em peitos estranhos procurando o teu
Sorrindo em outras bocas esperando ser a tua
que Deus me perdoe desta procura
desesperada de me livrar dessa sina escura, desta rua fechada, sem saída
Mal fadada, porta fechada para mais uma desilusão.
Enquanto de três em três meses pego a tua mão e coloco no meu peito triste
Esperando que você escute mais meu coração
porque eu já não o ouço mais.
E de mais a mais, de dezembro a dezembro, vou procurando aqueles haicais
Aquelas três linhas que te digam tudo
Que possam, de algum jeito, te dizer do jeito mudo
que nada mudou, e que o meu gostar de você já se espalhou pelo mundo.

sábado, 14 de setembro de 2013

O poeta

O poeta não fala
O poeta não mostra
O poeta não chora
O poeta não gosta

O poeta não disse
O poeta não vive
O poeta não pensou
O poeta não passou

O poeta não sente
O poeta mente

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Amor de lírica latina

Não fingirei ser Lésbia
para que sejas meu Catulo
Coloque sátiras ao meu respeito
em teu peito duro

Que nos teus versos
haja apenas afeto
nem que não chegue nem perto
de serem a mim direcionados

Mas saiba que cada palavra
toda linha desenhada
foi a ti preparada

Prometo-te que nada direi de muito forte
farei apenas pequenos versos
de um amor de grande porte

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Escape

Vai, Lua!
Diz alguma coisa que é pra gente dar risada
Bota um sorriso nessa cara
Vai logo
Pega uma alegria qualquer e escancara
Não fique lembrando das coisas tristes
Ou não fique lembrando de qualquer coisa
que te tire sorrisinhos involuntários
Lembra logo de uma mancada
e gargalha
Conta uma piada
que a gente ache engraçada
Disfarça estas rugas
que elas não te levam a nada
elas não nos fazem rir
Vai, Lua!
Tá carrancuda assim por quê?
Você não queria deixar os amigos teus?
Não esjoastes da mesma rotina?
A vida é assim mesmo, ó Lua
Hoje ri, amanhã também, e depois mais ainda
Se ficares chorando uma partida perdida
nunca te recomporás.
Vem ó Lua, curar amores perdidos com risada
Uma partida de truco, uma cerveja, uma pegada
Não te garanto uma companhia cerrada
Mas uma cama quente
Aqui, se sentirás amada.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Dos segredos, o maior

Me diga quem amas
E eu lhe direi a quem tu feres

Espelho

   Ela é ruiva de sardinhas, usa botas de aventura e uma camiseta dos Doors. Foi vista carregando um livro grosso, de longe eu vi que se tratava de Guerra dos Tronos. Tem um sorriso tão descontraído e ontem eu a vi distraindo-se, de longe, na atividade de observar. Parece que ela observa muito e isso também me encanta. Seu jeito de observar. Longe dos exageros que normalmente sua idade carrega, é uma menina adulta, 14 anos e enfeitiçada com e pelo silêncio. Gostaria eu de ter coragem de acariciar seus cabelos de ferrugem e lhe alertar sobre o mundo. O mundo é um moinho, Cartola disse. Se eu tivesse ouvido não teria desencantado. O mundo é um moinho, moça dos cabelos de fogo, me ouça. Você que me tem em seus olhos e já possui minha posse, me escute.

sábado, 7 de setembro de 2013

Areia da praia eu gosto também, só não acho legal a de caixa de gato

Ô sensação boa fazer xixi depois de um longo tempo apertado.
E no calor tomar banho gelado
e ir dormir banhado depois de um dia cheio
Fazer o pé de freio
da bicicleta na descida
Tomar chá quentinho e melhorar de gripe recolhida
Espirrar aquele espirro preso
Subir na balança e ver que perdeu peso
depois de um fim de semana de exagero
Beijar tua boca mês a mês
e ver você voltar toda vez
Matar as saudades com um abraço
na cintura passar o braço
enquanto o outro braço pesa no seu ombro
Fazer o dia durar mais que o tempo normal
ter fotos bonitas e roupas coloridas no varal
fazer uma rima legal
e ter um namorado virtual
aproveitar a vida real como se fosse a ultima vida vivida
tirar a casca da ferida sem fazer sangrar
sem partir o coração, amar
e se partir, saber que valeu a pena
solucionar um problema e entender aquele teorema,
aquela equação que na sala de aula você não pegou
Lembrar da infância com alegria
e da adolescência com nostalgia
e saber que a vida
não podia ser melhor vivida.


Não seria eu (com acompanhamento musical e tudo)

Eu queria poder explicar, mas eu não posso.
e se pudesse, não seria eu
eu queria poder ir com calma
mas se não fosse a efusividade
não seria eu
eu poderia esquecer teu nome amanhã
mas se assim fizesse,
não seria eu
eu gostaria de não transformar tudo em drama
mas não seria eu
eu poderia não insistir numa história que não existe
eu seria um bocado mais feliz
ou pelo menos menos triste
mas não seria eu
E eu tenho a impressão de isso só persiste
porque eu sou eu
e eu sou eu quando eu tô com você.

Sábado

Mas amor, não vou escrever aos sábados. Nos sábados de sol eu vou p'ra fora buscar você; na segunda-feira, então, na penumbra do quarto, eu relembro e transformo as lembranças em palavras. Hoje, no entanto, eu vou buscar o sol. Mesmo que não você, ainda há tanta coisa lá fora.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Obviedades

   Naquele momento, observando as estrelas, ela segurou minha mão e sussurrou em meu ouvido: "não solta, por favor". Eu não disse nada, talvez ela pensasse que o que eu sentia era indiferença, mas é que o pedido era tão ridículo. Ela não precisava pedir para eu não soltar sua mão, porque eu simplesmente não era capaz de fazê-lo. Se ela deixasse eu mergulhava na fossa do Universo segurando sua mão. Mas como era possível pensar nisso se eu a tinha ali, embaixo das estrelas?

Who says music...

"Sempre que der
mande um sinal de vida de onde estiver dessa vez
Qualquer coisa que faça eu pensar que você está bem
Ou deitada nos braços de um outro qualquer que é melhor
do que sofrer
de saudade de mim como eu to de você, pode crer
Que essa dor eu não quero pra ninguém no mundo
Imagina só pra você
Quero é te ver
dando volta no mundo indo atrás de você, sabe o quê
e rezando pra um dia você se encontrar e perceber
que o que falta em você sou eu
Deixa pra lá
que de nada adianta esse papo de agora não dá
que eu te quero é agora e não posso e nem vou te esperar
que esse lance de um tempo nunca funcionou pra nós dois"


5 a seco - Pra você dar o nome. 

Praça

Debaixo do sol
ounvindo a canção dos índios
somos todos os mesmos filhos
que vieram do pó

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Troianos também merecem ser felizes

Tive uma ideia, um insight
estava eu estudando gregos e pá!
Tenho um plano:
faz assim: eu cuido de ti
você só fica aqui
Que é pra eu poder te desenhar
e depois teu rosto beijar
na carne ou no papel
sentir teu perfume na minha roupa
fazer o quarto virar céu
Depois eu te juro que te deixo livre
e também deixo minha mão estendida
Se você quiser ir você vai,
se você quiser você fica.

O processo prático do ciúme

   Numa terra não muito distante da nossa (aliás, mais perto do que você imagina) localiza-se um quartel general chamado Coco. No Coco mora o Cérebro, um cara mau, sem escrúpulos, ambicioso e orgulhoso. Mas o Cérebro vive num impasse: ele sabe que toda a terra depende dele para se continuar constante, mas não só dele, depende também do Coração. O Coração é aquele mocinho de filme idiota de comédia romântica, ingênuo e inconsequente que vive em função dos sistemas que movem a terra. Como o Cérebro sabe que não pode extinguir o Coração, ele vive para atazanar a vida do coitado, fazendo os outros sistemas o prejudicarem esporadicamente.  O Coração e o Cérebro dominam por serem os únicos caras a se relacionarem com o mundo exterior e a interação dos outros sistemas com esse mundo depende deles (se é que você me entende). Num dia desses, o Cérebro em sua ronda matinal localizou outras terras, terras estas que fizeram o Coração descompassar e mesmo que tentasse disfarçar, já era, o Coração era tomado de sentimentos que os nem órgãos (nem o Cérebro) conheciam. Até o Cérebro eliminava substâncias diferentes para todos os outros sistemas e de repende a terra começou a ficar mais fértil, mais corada, mais disposta, mais saudável. O problema é que todos atribuíram ao Coração o mérito de ter salvado a terra e passaram a chamar aquele período de paixão. O Cérebro então passou a experimentar sozinho a sensação que estava guardando a tanto tempo: a inveja. E tomado pelo sentimento mais destrutivo do planeta de todas as terras o Cérebro foi além da traquinagem. Em mais um dia em que o Coração enviou borboletas para o estômago para representar a ansiedade que sentia, o Cérebro avistou as outras terras causadoras do conflito já tomadas por outro Coração, outro Cérebro que conviviam em perfeita harmonia, como se um sistema fosse feito para se encaixar no outro. Então, vendo que sua chance era única e perfeita, o Cérebro convocou as baratas e mandou-as ao estômago, enfraquecendo o coração e os outros sistemas amigáveis a ele. O Coração continua tentando se recuperar, muita coisa aconteceu às suas terras que previam uma melhora cardíaca. Porém, cada vez que isso acontece, o cérebro envia as baratas que sempre acabam com as borboletas, não importa quão forte elas são. Este processo foi batizado de ciúme e se você, outra terra, me disser que é mentira eu vou dizer então que a culpa é sua por liberar as baratinhas do ciúme do meu cérebro.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Desconsidere, por favor.

Eu queria ter te deixado sozinho comigo,
mas eu não sei não disfarçar
o que eu já estou acostumada a esconder
Então presta atenção no que eu não falei
e decide o que vai fazer
Com tudo o que eu te dei
com os olhos, com as mãos, com os lábios.

Torta de rima ruim. Bom, isso só importa a mim.

"Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica."

"Carlos, sossegue, o amor é isso
que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será."

Carlos Drummond de Andrade

Quero que a técnica vá para o espaço
Ao inferno você e essas aulas de poesia!
Você acha que pode me ensinar a rima
E quer manipular meu traço.

Até parece que você não sabe o que é sofrer
e que a escrita é um jeito de escapar da vida
Quem nunca chorou por amar demais alguém
é que acha que não tem como letrar asperezas vividas 

Eu quero que se foda essa coisa que Drummond fala,
aposto que não era tudo isso que ele pensava
Pronde é que eu vou correr se estou apaixonada?

Se o que eu escrevo é ruim ou se é bom
só interessa a mim e ao que restou
de um amor triste e que poucos minutos durou.