Aí ele me parou no meio da rua me segurando com força pelos braços, olhou com aqueles olhos pretos até o mais profundo fundo dos meus castanhos e disse quase agressivo:
- Amor, vamos casar.
De novo aquela história. Como ele pode me fazer uma pergunta dessas no meio da rua, assim, desse jeito? Ele bem sabe que eu não ia conseguir responder sensatamente qualquer pergunta que fosse com a minha panturrilha doendo do jeito que estava. Eu tinha andado a manhã toda, poxa!
Pilantra! Ele sabe que eu guardei dinheiro por seis meses pra comprar uma bicicleta legal, pra, ao invés de foder minhas panturrilhas, dar uma torneada nas coxas. Sacana! Quer o dinheiro da minha bicicleta pra casar.
E agora, José? Não sei se caso ou se compro uma bicicleta.