domingo, 23 de fevereiro de 2014

Reflexo

NÓS DOIS
DOIS NÓS

Ladrão de coração

Ladrão!
Ladrão de almas e de coração
ladrão de versos
ladrão de rimas
ladrão de rotinas
ladrão de pensamento

Mas me roube quantas vezes quiser
já que me roubou inteira
que me tenha o quanto der

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Ensaio sobre gostar

- Medo.
- De quê? 
- De que eu leia o mesmo livro, as mesmas páginas, o mesmo epílogo, o mesmo prólogo, a mesma trama, o mesmo clímax e, inevitavelmente, o mesmo fim. Até a sinopse nas orelhas pode se repetir.
- Vem sem medo, amor, e deixa eu cuidar de você. 

   Foi a coisa mais óbvia, clichê e piegas que alguém poderia ter dito. Mas mesmo sem confiar, eu fui. Fui porque parecia sólido e abstrato ao mesmo tempo, e era disso que eu precisava no momento. Precisava de um abstrato colorido, que não me prometesse futuro, e, sim, presente, mas que mesmo sem prometer me desse a sensação de eu poderia incluí-lo nos planos. Foi segurança o fator determinante. E aí fui me apaixonando pelos detalhezinhos não relevantes e muito importantes. 
   Veio como um tornado derrubando toda a cidadezinha que eu conhecia, que eu construí. Fez questão de não deixar nenhuma parede em pé. Com esses mimos, esses beijos, esse cheiro de chocolate e perfume uma da manhã na casa vazia, o café na cama às duas da tarde no quarto cheio de nós dois, a promessa de que tudo vai ficar bem. Um mês com jeito de nuvem macia, com a intensidade de bicicleta sem freio na descida. A vontade de nunca acabar.
   Tô cheia de esperança, de vontade de escrever outro livro, de acordar antes do sol e dormir depois dele, de aproveitar o dia em cada segundo. Porque gostar de alguém é tão mais externo do que o que está no nosso coração.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014