segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Descontrole

   Ah, madrugadas vazias de devaneios que nem poderiam imaginar qual vento apontaria a nós naquela noite fria. Eu estava muito louca, ou tinha sol às três da manhã? Então de onde vinha aquela luz toda que de repente apagou todas as sombras projetadas em nós durante todos esses anos? Pra onde foram os disfarces, os silêncios, as mentiras? As pedras duras colocadas sobre fatos com o café e os cigarros em cima da mesa numa manhã de domingo? "Eu não quero que você fique triste", ele dizia. Mas como entristecer se eu não preciso mais mentir? Será que ele não vê o alívio que senti ao saber que ele sabia sem que eu precisasse despir a verdade nos primeiros raios de sol às seis da manhã?
   O resto, o que vem depois, não importa tanto assim como importava naquela hora. Pensando bem, aqui no meu silêncio, o que importa é minha reclusão no casulo que faz sumir tristezas. O que vem depois... Ah, o que vem depois é fruto do nosso descontrole.

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